REVISTA PIAUÍ REPORTA DETALHES POR TRÁS DA REELEIÇÃO DE RODRIGUES

REVISTA DETALHA BASTIDORES DA REELEIÇÃO POR ACLAMAÇÃO DE EDNALDO RODRIGUES

A revista Piauí publicou uma reportagem detalhando uma série de denúncias que envolvem a gestão de Ednaldo Rodrigues na Confederação Brasileira de Futebol (CBF). As acusações incluem gastos excessivos, manobras políticas para assegurar sua reeleição e casos de assédio moral e sexual dentro da entidade.

De acordo com a publicação, durante a Copa do Mundo do Catar, a CBF teria custeado despesas de 49 pessoas sem vínculo direto com a entidade, incluindo parlamentares, artistas e membros do Judiciário. Esses convidados teriam recebido passagens em primeira classe, hospedagem em hotéis cinco estrelas e ingressos para os jogos da seleção brasileira, totalizando um gasto aproximado de R$ 3 milhões. Entre os beneficiados estariam deputados, senadores, desembargadores, cantores, empresários, jornalistas e socialites, além de seus familiares.

Além disso, a reportagem aponta que os presidentes das federações estaduais receberam aumentos salariais significativos durante a gestão de Ednaldo. Antes de sua administração, esses dirigentes recebiam R$ 50 mil mensais, valor que teria sido elevado para R$ 215 mil, representando um aumento de quase 330%, incluindo o pagamento de um 16º salário.

A matéria também destaca uma ação trabalhista movida por Luísa Xavier da Silveira Rosa, ex-diretora de infraestrutura e patrimônio da CBF. Ela alega ter sido vítima de assédio moral por parte de Ednaldo Rodrigues, descrevendo um ambiente de trabalho onde o assédio seria uma prática comum. Luísa afirma ter sofrido retaliações, esvaziamento de funções e humilhações, além de receber um salário inferior ao de seu antecessor. Ela também acusa Rodrigo Paiva, ex-diretor de comunicação, e Arnoldo de Oliveira Nazareth Filho, ligado à Federação Amazonense de Futebol, de assédio sexual. Paiva teria enviado mensagens com elogios e convites pessoais, enquanto Nazareth Filho não se manifestou sobre as acusações. 

Em resposta às denúncias, Ednaldo Rodrigues afirmou que é comum que entidades esportivas convidem personalidades para eventos de grande porte, como a Copa do Mundo. Rodrigo Paiva, por sua vez, declarou que sua trajetória profissional sempre foi marcada por incentivos à desconstrução da cultura do assédio. 

As revelações trouxeram à tona questionamentos sobre a gestão de Ednaldo Rodrigues e as práticas internas da CBF, reacendendo debates sobre transparência, ética e governança no futebol brasileiro.